Search
Close this search box.

Já ouviu falar em Ceratocone?

Xeque Mate

O Ceratocone é uma doença ocular genética, hereditária e de lenta evolução que se manifesta entre 10 e 25 anos de idade, podendo se estabilizar ou progredir até os 40 anos. O Ceratocone impede a projeção de imagens nítidas na retina e pode promover o desenvolvimento de grau elevado de astigmatismo irregular e miopia.
A enfermidade é não inflamatória e afeta a estrutura da córnea, uma camada fina e transparente que recobre o globo ocular. Hoje, atinge 150 mil pessoas no Brasil e pode atingir os dois olhos de forma desigual.
A principal característica da doença é a redução progressiva da espessura da parte central da córnea, que com o tempo pode adquirir formato cônico. Pacientes com alergias, como rinite, têm mais chances de desenvolver a doença, já que, o ato de esfregar e/ou coçar os olhos com frequência, pode danificar a estrutura da membrana ocular. Também pessoas com síndrome de down, catarata e outras alterações congênitas oculares, são propensas a desenvolver o Ceratocone. Outro hábito danoso é o de dormir com o rosto e olhos sendo pressionados pelas mãos ou travesseiros.
Os sintomas mais comuns apresentados são: perda progressiva da visão, sensibilidade à luz, comprometimento da visão noturna, visão dupla, formação de múltiplas imagens ou halos ao redor de fontes luminosas. Na fase inicial, o uso dos óculos é suficiente para recuperar a qualidade da visão, já em casos mais evoluídos, os óculos devem ser substituídos pelas lentes de contato, que se ajustam à superfície anterior da córnea e corrigem o astigmatismo irregular provocado pelo Ceratocone. Outras opções de tratamento para a enfermidade são os anéis intracorneanos ou intraestromais, como por exemplo, os anéis de ferrara, que são utilizados para tentar barrar a evolução e em alguns casos corrigir a curvatura da córnea, quando os óculos e as lentes de contato não fazem mais efeito.
Existe, também, a possibilidade de realização do crosslinking: uma intervenção que tem por objetivo fortalecer as moléculas de colágeno da córnea e dessa forma, evitar que ela continue se curvando. A técnica consiste na raspagem da superfície da córnea para depois fazer a aplicação de um colírio à base de vitamina B2 e, em seguida, um feixe de luz ultravioleta. O procedimento é rápido e realizado sob anestesia local, não exige a internação do paciente e, na maioria dos casos, com bons resultados.
O Ceratocone é uma causa frequente do transplante de córnea, porém, só é indicado quando a pessoa deixa de responder às outras formas de tratamento. A melhor forma de controlar a progressão da doença são as consultas regulares ao oftalmologista.
Em casos avançados, há a possibilidade de implante de LIO (lente intraocular) chamada extra focus, e em último caso existe o transplante de córnea, substituindo a película afetada por outra de um doador. Em última instância, normalmente a melhor visão, independente do tratamento, será atingida com o uso de lentes de contato rígidas.