A hérnia de disco é uma das doenças neurológicas mais comuns em cães e pode afetar a mobilidade e qualidade de vida do animal. Muitas vezes tutores se surpreendem ao descobrir que seu pet pode estar sofrendo com esse problema, pois os primeiros sinais podem ser sutis, mas podem evoluir para paraplegia.

O que é a hérnia de disco?

A coluna vertebral dos cães é composta por vértebras separadas por discos intervertebrais. Esses discos funcionam como amortecedores, absorvendo impactos e permitindo a movimentação da coluna. Quando ocorre um desgaste ou deslocamento desse disco, ele pode comprimir a medula espinhal ou as raízes nervosas, causando dor, fraqueza ou até mesmo paralisia. Esse processo é chamado de hérnia de disco.

Tipos de hérnia de disco

A hérnia de disco pode ser classificada em dois tipos principais, apesar de hoje já existem oito tipos:

• Hérnia de Disco Hansen Tipo 1: ocorre uma degeneração do núcleo do disco intervertebral, tornando-o mais rígido e pré disposto a romper-se de forma súbita. Esse rompimento leva à extrusão do conteúdo do disco em direção à medula espinhal, causando compressão severa. Esse tipo é mais comum em cães de raças condrodistróficas (de pernas curtas e corpo alongado), como Dachshund, Shih Tzu e Lhasa Apso, Beagle e é muito comum nos Buldogues. Geralmente ocorre entre 3 a 7 anos de idade.
• Hérnia de Disco Hansen Tipo 2: caracteriza-se por uma degeneração mais lenta do disco, levando a um processo de protrusão (deslocamento parcial do disco) que comprime progressivamente a medula espinhal. Esse tipo é mais comum em cães de raças grandes, como Labrador, Pastor Alemão e Golden Retriever, ocorrendo em animais acima de cinco anos.
No entanto, qualquer cão, independentemente da raça ou idade, pode desenvolver a doença.

Os sintomas variam de acordo com o grau de compressão medular e a região afetada da coluna, podendo incluir:

Dor na coluna (costas arqueadas, relutância em se movimentar, choro ao ser tocado).
Fraqueza ou dificuldade para andar (atraso nos movimentos das patas).
Falta de coordenação e tropeços frequentes.
Perda parcial ou total dos movimentos dos membros posteriores (paresia ou paraplegia).
Incontinência urinária e fecal nos casos mais graves.

O diagnóstico é feito por exames clínicos e neurológicos, além de exames de imagem, sendo a tomografia computadorizada e a ressonância magnética os exames de escolha para confirmar a lesão.

Como a fisioterapia veterinária pode ajudar no tratamento?

A fisioterapia veterinária desempenha um papel fundamental na recuperação de cães com hérnia de disco, seja como tratamento principal em casos leves ou como suporte pós-cirúrgico em casos mais graves, pois não apenas alivia as dores, mas também restaura as funções neurológicas e melhora a qualidade de vida do animal através dos aparelhos como laser, campo magnético, a eletroterapia, e exercícios terapêuticos e principalmente através dos exercícios na esteira aquática, onde fortalece os músculos sem sobrecarregar a coluna e sem causar dor.

E se meu pet já estiver paraplégico?

Muitos tutores acreditam que, quando o cão perde os movimentos das patas, principalmente as traseiras, não há mais solução. No entanto, a fisioterapia tem excelentes resultados, mesmo para cães paraplégicos.

Com um plano de reabilitação adequado, é possível estimular os reflexos motores, evitar atrofias musculares e melhorar o controle esfincteriano e em alguns casos a volta do andar consciente ou do andar medular.

O importante é buscar um especialista em fisioterapia veterinária o quanto antes, pois quanto mais rápido o tratamento for iniciado, maiores são as chances de recuperação.

A hérnia de disco pode ser uma condição desafiadora, mas com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, muitos pets conseguem recuperar sua mobilidade e viver com qualidade. Se seu cão apresenta sinais de dor na coluna ou dificuldade para andar, agende uma avaliação com a gente.
A fisioterapia veterinária é uma grande aliada na recuperação e pode fazer toda a diferença no bem-estar do seu pet!

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