O grupo mais exposto e fragilizado pelas consequências dos eventos relacionados às quedas são os indivíduos acima de 65 anos. A exposição a essa situação está diretamente ligada a fatores do envelhecimento, uma vez que há perda gradual da massa e da força muscular, da flexibilidade e do equilíbrio. Além do processo natural, muitas vezes a população idosa convive em ambientes cheios de riscos e desafios para aqueles que possuem alguma limitação física. Estima-se que de 30% a 40% da população idosa sofrerá pelo menos uma queda por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Os eventos relacionados às quedas são responsáveis por quase metade das internações de idosos no Brasil e apresentam custos elevados aos sistemas de saúde. É importante ressaltar que as hospitalizações provocadas por quedas geralmente são prolongadas e quase sempre resultam em incapacidades provisórias ou permanentes para o paciente. Ainda, as fraturas em determinadas regiões do corpo, tais como cabeça e quadril, são mais complexas e podem gerar danos graves e irreparáveis a todo o organismo.
Além das consequências físicas, é importante destacar as repercussões psicológicas, econômicas e sociais que as quedas trazem no círculo de convívio do idoso. A perda da autonomia do indivíduo gera uma mobilização por parte dos familiares e cuidadores, refletindo uma drástica adaptação na rotina da família em prol da recuperação ou adaptação da condição pós queda.
No entanto, mesmo que muitos fatores sejam intrínsecos ao processo do envelhecimento, é possível prevenir ou reduzir os danos provocados pelas quedas. Praticar atividades físicas regulares e uma alimentação rica em proteínas e vitaminas contribuem para o fortalecimento da musculatura. Além disso, é fundamental que o ambiente de convívio do idoso também seja adaptado para garantir acessibilidade e segurança. Instalar barras de apoio no banheiro, retirar tapetes, móveis e quaisquer objetos que possam obstruir ou dificultar a passagem, proporcionar iluminação adequada aos cômodos e cuidar para que o idoso faça uso de calçados confortáveis e instrumentos de apoio, tais como andadores e bengalas durante os deslocamentos são ajustes simples que protegem a integridade física do idoso sem descaracterizar sua autonomia nas rotinas diárias.